A Williams pode ser vista como um passo atrás para Felipe Massa
após oito anos na Ferrari, mas ele a vê como uma oportunidade para crescer e se
tornar um líder ao seguir os passos de compatriotas ilustres.
O brasileiro
tem sido um companheiro leal a campeões da Fórmula 1 desde que chegou a
Maranello, fábrica da Ferrari, pela primeira vez como um piloto de corridas, em
2006.
Massa esteve
ao lado do heptacampeão Michael Schumacher, ajudou Kimi Raikkonen a levar o
título de 2007 e abriu caminho para o bicampeão Fernando Alonso mais vezes do
que ele gostaria.
Nesta
segunda-feira, o piloto de 32 anos, vestido de forma casual depois de voar da
Itália com seu pai, foi apresentado na fábrica da Williams como nova
contratação para 2014 em um acordo de vários anos.
"Eu sei
que tenho muito a dar para esta equipe e estou realmente pronto para
liderar", disse ele à Reuters no museu da equipe, na frente de carros com
os nomes dos tricampeões brasileiros Ayrton Senna e Nelson Piquet, assim como
Rubens Barrichello e Bruno Senna.
"Eu
definitivamente me vejo chegando aqui como um líder para a equipe. Um líder
para uma mudança muito importante dentro desta equipe, para colocar esta equipe
em uma boa posição no campeonato", acrescentou Massa.
"Estou
realmente pronto para isso, feliz. Sinto-me muito motivado. Espero que possamos
fazer um trabalho fantástico."
Massa, que
tem 11 vitórias com a Ferrari, perdeu o campeonato de 2008 por apenas um ponto
para o britânico Lewis Hamilton.
A vice-chefe
de equipe da Williams, Claire Williams, disse à Reuters que Massa é o homem
certo para pilotar numa escuderia que vive tempos difíceis e que busca recuperar
seu lugar na elite.
"Acho
que Felipe está ansioso para esse novo desafio, para liderar a equipe para o
sucesso", disse ela. "Acreditamos firmemente que ele pode fazer isso
por nós."
"Nós não
temos um líder de equipe por si só...(mas) no sentido psicológico, ele será o
líder da equipe, é o que tem mais experiência para trazer para a equipe no
próximo ano."
"POSSO
VENCER"
Embora não
vença uma corrida desde 2008 --ano anterior a um acidente quase fatal no GP da
Hungria-- e tenha subido ao pódio apenas uma vez nesta temporada, com um
terceiro lugar na Espanha, o brasileiro acredita que tem muito a oferecer.
"Acredito
que posso vencer corridas, acredito que posso fazer um grande trabalho em
conjunto com a Williams", disse ele. "Quando eu não achar mais isso,
não vou correr mais."
"Acho
que posso conseguir muito com esta equipe, porque a Williams é uma grande
equipe... eles têm toda a infraestrutura para fazer um bom carro",
continuou o paulista, cuja última corrida pela Ferrari vai ocorrer em sua
cidade natal neste mês.
"A
Williams me quer dentro da equipe e isso é muito importante. Me dá muita
motivação para começar algo do zero."
O regulamento
vai mudar significativamente na próxima temporada, com um novo motor V6 turbo e
sistemas de recuperação de energia, e a Williams está trocando de motor Renault
para Mercedes.
Mas a equipe
vencedora de nove títulos de construtores entre 1980 e 1997 tem muito a
percorrer.
Massa
substitui o venezuelano Pastor Maldonado e será companheiro do finlandês
Valtteri Bottas na escuderia que passa por sua pior temporada, com apenas um
ponto.
Onde outros
podem ver dificuldades pela frente, o brasileiro, cuja vaga na Ferrari foi para
Raikkonen, viu apenas potencial e não tem dúvida de que fez a escolha certa.
"É muito
bom estar nesta equipe, uma equipe que foi muito importante para o Brasil e
espero que seja novamente muito importante para o Brasil", disse ele.
"Este
ano não é um ano bom para a Williams, mas olhando para como as regras vão mudar
para o próximo ano... acho que é um bom momento para vir para cá."
"É uma
equipe muito importante, que quer crescer e voltar ao que era. Estou realmente
animado para isso."
O próximo ano
será o primeiro em que Massa vai correr na Fórmula 1 sem um motor Ferrari e ele
disse que está ansioso para começar o trabalho.
"Vai ser
uma grande mudança, mas eu estou realmente convencido de que o novo motor que
teremos no próximo ano é bom e eles (Mercedes) sabem o que fazer", afirmou
ele. "Precisamos trabalhar no carro agora."
Por Alan Baldwin
Fonte Reuters
Foto divulgação
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