Rodada dupla deste domingo (24) mostrou exatamente as vantagens
que trazem a juventude e a experiência em corridas extremamente disputadas
A Stock Car
retornou a Londrina (PR), onde correu pela última vez em 2012, em grande
estilo. As duas corridas da rodada dupla, disputadas neste domingo (25),
proporcionaram ao público presente - e também a quem acompanhou pela televisão
- disputas de altíssimo gabarito e uma mescla perfeita do que podem fazer a
juventude e a experiência. Prova disso foram as vitórias conquistadas por
Felipe Fraga, 21 anos e líder do campeonato, e por Rubens Barrichello, 44 anos
e agora vice-líder da competição.
Na primeira
corrida, a mais longa, com 45 minutos mais uma volta, prevaleceu o pé pesado e
a fase iluminada de Fraga. O piloto da Cimed Racing, que venceu há duas semanas
a Corrida do Milhão em Interlagos, faturou mais uma e, naquele momento, abriu
mais 30 pontos de distância na liderança do campeonato e agora alimenta 39 de
vantagem depois de ter terminado a prova complementar na 12ª posição.
Na segunda, de
30 minutos mais uma volta, a experiência, senso estratégico, leitura de corrida
e tocada precisa de Rubens Barrichello lhe garantiram a segunda vitória na
temporada - graças, em parte, às intervenções do safety car, que permitiram ao
piloto da Medley Full Time economizar combustível e completar as duas provas
sem ter precisado reabastecer, e ainda subir no degrau mais alto do pódio.
Primeira
corrida - Largando em terceiro, Felipe Fraga tinha um objetivo: alcançar o
primeiro lugar. Ele fez isso depois de trocar de posições algumas vezes com
Cacá Bueno, o segundo, mas após se desvencilhar partiu para o ataque sobre o
pole position Max Wilson. Depois de passar, abriu distância para não ser mais
incomodado e somar mais 30 pontos à sua liderança na competição.
Para quem recém
conquistou um milhão de reais, uma fase iluminada resumida por uma frase bem
comum entre os jovens. "Tá top", cravou. "A gente conseguiu
fazer uma estratégia diferente com o push, e eu conseguia usar a cada uma volta
e meia em vez de esperar duas. Com isso a gente conseguiu se livrar logo no
começo e estou muito feliz. Foi irado. São 30 pontos a mais na conta e esse era
o nosso objetivo", afirmou o piloto da Cimed Racing.
Cacá, por sua
vez, foi perdendo postos ao ser ultrapassado por Valdeno Brito, Ricardo
Maurício, Marcos Gomes, Sérgio Jimenez e Rubens Barrichello, terminando em
sétimo. Max seguia na segunda posição quando Valdeno, Ricardinho e Gomes
começaram a se aproximar. No final, parecia que o campeão de 2010 manteria o
posto, mas um pneu furado na penúltima volta enterrou suas chances de
conquistar pontos importantes que o mantivessem na vice-liderança do
campeonato.
Assim, o
paraibano Valdeno Brito, que há 10 anos vive em Londrina, fez a festa da
torcida local e da equipe TMG Racing ao conquistar a segunda posição. Ele era
um dos mais felizes com o fim do hiato de quatro anos sem corridas da Stock Car
nos 3.055 metros do Autódromo Ayrton Senna. "Deu tudo certo. O retorno a
esta pista valeu muito a pena pelo esforço de todos os envolvidos para que a
Stock Car voltasse a Londrina. Espero que agora continue por mais vários anos:
é bom para a cidade, para a categoria, todos os pilotos gostam, e fico muito
feliz com a prova", disse Valdeno, que não teve vida fácil na parte final
da prova.
"Foi bem
difícil a corrida, ali segurando o Ricardinho, e no final com o carro faltando
um pouco de tração, ficando traseiro, mas graças a Deus depois de muitas
situações complicadas, traseiradas e vezes em que quase me vi rodando, Deus
abençoou e consegui conquistar este segundo lugar. Andar ali na frente não foi
fácil", concluiu. À Eurofarma-RC restou o prêmio de consolação com o
terceiro lugar de Ricardo Maurício.
Marcos Gomes,
Sérgio Jimenez, Rubens Barrichello, Cacá Bueno, Diego Nunes, Raphael Abbate e
Nestor Girolami fecharam os dez primeiros que largariam de forma invertida na
segunda corrida. Ali, as estratégias para a prova mais curta seriam os
diferenciais.
Segunda corrida
- Teoricamente, os dez primeiros do grid, que não fizeram seus pits stops na
primeira prova, teriam de parar na segunda pela necessidade de combustível para
completar os 30 minutos mais uma volta de corrida. Assim, aparecia bem nas
apostas o grupo logo atrás formado por Allam Khodair, Átila Abreu e Thiago
Camilo, os mais bem colocados entre os pilotos que pararam e abasteceram.
O argentino
Nestor Girolami largou na frente e conseguiu se manter na liderança por algumas
voltas. Largando em quinto e mesmo levando uma ‘esfregada’ que prejudicou a
lateral traseira esquerda de seu carro, Rubens Barrichello foi galgando
posições. Na segunda volta, o carro de segurança entrou na pista para que o
carro de Lucas Foresti fosse retirado para local seguro. Isso possibilitou que
vários pilotos fossem aos boxes para o abastecimento.
Para
Barrichello, a oportunidade era outra: economizar combustível ao máximo. A
corrida seguiu e Rubinho passou a receber a ameaça do companheiro de equipe
Allam Khodair, com o tanque mais cheio. Mas logo formou-se o grupo dos pilotos
que haviam parado na primeira prova e a disputa foi intensa entre Khodair,
Átila Abreu, Thiago Camilo e Vitor Genz, que também chegou à contenda.
As brigas e
trocas de posição possibilitaram a Barrichello respirar um pouco na liderança.
Quando o safety car teve de intervir novamente, depois que o carro de Rafael
Suzuki rodou na pista, o campeão de 2014 tinha dois pensamentos: a vantagem
construída havia se esvaído; por outro lado, era mais uma oportunidade de
economizar combustível e completar a prova sem ter de abastecer, aumentando,
assim, suas chances de vitória.
O quarteto
formado por Khodair, Abreu, Camilo e Genz seguiu lutando entre si, e
possibilitou novamente que Barrichello abrisse uma pequena distância a pouco
mais de três minutos para o final.
Átila conseguiu
passar Khodair para assumir o segundo lugar, e na reta de chegada Vitor Genz
surpreendeu Thiago Camilo ao conquistar o terceiro posto a metros da
bandeirada, garantindo o primeiro pódio de um piloto gaúcho na Stock Car em 22
anos - a última vez havia sido em 1994 com João Campos na abertura daquela
temporada em Goiânia, também com um terceiro lugar.
Para
Barrichello, mais uma vitória da experiência, embora com altíssimas doses de
tensão. "Foi muito no desespero. Com certeza, a equipe Full Time, o
Mauricio e as entradas do safety car - isso a gente não pode negar, senão não
conseguiria o resultado -, além de ter economizado na primeira corrida tanto
pneus, push e gasolina maximizaram as nossas chances. Mas vou te falar: a
última volta foi uma das quais eu senti mais medo na minha carreira",
admitiu.
"É aquela
lei da atração, que você não quer chamar uma coisa ruim, mas fica esperando que
o carro vá dar uma falhada; eu até usei um último push na chegada porque se eu
estivesse mais rápido pelo menos eu passava pela bandeirada. Foi uma
glória", afirmou Rubinho que, apesar da bagagem, correu pela primeira vez
em Londrina. "Eu realmente agradeço a Londrina de coração por todo o
carinho que me foi dado, e volto para São Paulo com o dever cumprido. Foi minha
primeira vez em Londrina, adorei e estamos lutando pelo campeonato, o que é
importante", concluiu o novo vice-líder da competição, 38 pontos atrás de
Felipe Fraga.
Na opinião de
Átila Abreu, o segundo lugar teve gosto de vitória depois da temporada difícil
que o sorocabano vinha enfrentando. "Este ano tem sido bem complicado para
nós. Quando vim para a Shell Racing eu gerei uma expectativa muito grande por
um time que sempre se destacou por bons resultados. A gente começou o ano com
um pódio discreto no Velopark, pontuando, em terceiro no campeonato, e nas
corridas seguintes a coisa desandou. Zeramos em duas, isso trouxe muito
problema internamente, porque quando as expectativas não se materializam é
normal haver um questionamento. Vinha sendo um ano frustrante. Viemos para
Londrina com uma postura diferente. Conversamos muito, trabalhamos por um carro
mais competitivo", explicou.
"Fizemos
uma estratégia pela manhã, mas a opção me incomodava um pouco, porque eu queria
tentar um algo a mais, estava precisando de um bom resultado. Chamei o Rodolpho
(Mattheis), meu chefe de equipe, para uma conversa particular e expus meu ponto
de vista e por incrível que pareça ele também achava a mesma coisa. Mudamos a
estratégia pouco antes da largada. Fomos os primeiros a parar. Foi arriscado,
mas se mostrou a tática mais acertada. O carro evoluiu muito, eu pude
acompanhar os ponteiros e entre os carros que abasteceram na primeira prova eu
fui o segundo. Depois consegui me posicionar bem na briga com o Thiago - e
quase fomos parar os dois dentro do kartódromo. Junto da equipe estou contente
com o resultado, com a volta por cima. Fizemos uma corrida digna do nosso
potencial, da nossa performance, e tenho certeza que as disputas levantaram o
público nas arquibancadas. Isso é corrida, isso é Stock Car. Estar competitivo
me deixa animado para as próximas quatro etapas", prolongou-se o piloto da
Shell Racing, em sua primeira temporada com a equipe.
Vitor Genz era
o mais emocionado entre os três do pódio na segunda prova. Foi seu primeiro
top-3 na Stock Car e o primeiro de um piloto gaúcho desde 1994. "A gente
largou mais de trás e nos preparamos para essa segunda corrida. Acho que
consegui fazer uma prova muito boa. Meu chefe de equipe, o Carlos Alves, sempre
diz para eu ser bem agressivo. Eu vi a oportunidade e consegui a duas curvas do
final caçar este pódio. Estou muito feliz, dedico isso à minha namorada, meu
pai, minha família e minha equipe", declarou.
A Stock Car
volta a se reunir dentro de três semanas para a nona etapa da temporada, em
rodada dupla a ser disputada no dia 16 de outubro no Autódromo Internacional de
Curitiba, na cidade de Pinhais, região metropolitana da capital paranaense.
Corrida 1 (45min + 1 volta)*:
1-) 88 Felipe
Fraga (Cimed Racing) - 36 voltas em 46min18s116 (média de 142,5km/h)
2-) 77 Valdeno
Brito (TMG Racing) - a 1s995
3-) 90 Ricardo
Mauricio (Eurofarma RC) - a 2s824
4-) 80 Marcos
Gomes (Cimed Racing) - a 3s604
5-) 73 Sergio
Jimenez (Cavaleiro Sports) - a 15s511
6-) 111 Rubens Barrichello (Full Time Sports) - a
18s953
7-) 0 Cacá Bueno (Red Bull Racing) - a 22s119
8-) 70 Diego
Nunes (União Química Racing) - a 23s609
9-) 26 Raphael Abbate (Hot Car Competições) - a 34s083
10-) 63 Nestor Girolami (Eisenbahn Racing Team) - a
40s006
11-) 28 Galid
Osman (Ipiranga-RCM) - a 41s092
12-) 74 Popó
Bueno (Cavaleiro Sports) - a 41s763
13-) 18 Allam Khodair (Full Time Sports) - a 52s238
14-) 51 Átila
Abreu (Shell Racing) - a 53s733
15-) 21 Thiago
Camilo (Ipiranga-RCM) - a 55s096
16-) 25 Tuka
Rocha (RZ Motorsport) - 1min06s063
17-) 9 Guga
Lima (TMG Racing) - a 1min07s185
18-) 56 Danilo
Dirani (RZ Motorsport) - a 1min12s126
19-) 110 Felipe
Lapenna (Hot Car Competições) - a 1 volta
20-) 29 Daniel Serra (Red Bull Racing) - a 1 volta
21-) 3 Bia
Figueiredo (União Química Racing) - a 2 voltas
22-) 65 Max
Wilson (Eurofarma RC) - a 3 voltas
23-) 5 Denis
Navarro (Vogel Motorsport) - a 9 voltas
NÃO COMPLETARAM
24-) 46 Vitor
Genz (Eisenbahn Racing Team) - a 12 voltas
25-) 83 Gabriel
Casagrande (C2 Axalta Racing) - a 23 voltas
26-) 12 Lucas
Foresti (Full Time-ProGP) - a 28 voltas
27-) 10 Ricardo
Zonta (Shell Racing) - a 30 voltas
28-) 4 Julio
Campos (C2 Axalta Racing) - a 31 voltas
29-) 8 Rafael
Suzuki (Vogel Motorsport) - a 35 voltas
MELHOR VOLTA:
Marcos Gomes, 1min12s290 (142,5 km/h)
*Resultados
sujeitos a verificações técnicas e desportivas
Corrida 2* (30min + 1 volta):
1-) 111 Rubens
Barrichello (Full Time) - 22 voltas em 31min33s899 (média de 127,7 km/h)
2-) 51 Átila Abreu (Shell Racing) - a 1s762
3-) 46 Vitor Genz (Eisenbahn Racing Team) - a 2s192
4-) 21 Thiago
Camilo (Ipiranga-RCM) - a 2s693
5-) 10 Ricardo Zonta (Shell Racing) - a 2s797
6-) 18 Allam Khodair (Full Time Sports) - a 3s187
7-) 5 Denis
Navarro (Vogel Motorsport) - a 4s779
8-) 90 Ricardo
Mauricio (Eurofarma RC) - a 7s566
9-) 65 Max
Wilson (Eurofarma RC) - a 9s702
10-) 80 Marcos
Gomes (Cimed Racing) - a 9s778
11-) 70 Diego
Nunes (União Química Racing) - a 10s143
12-) 88 Felipe
Fraga (Cimed Racing) - a 10s814
13-) 73 Sergio
Jimenez (Cavaleiro Sports) - a 11s471
14-) 77 Valdeno Brito (TMG Racing) - a 11s639
15-) 0 Cacá Bueno (Red Bull Racing) - a 11s673
16-) 25 Tuka
Rocha (RZ Motorsport) - a 12s544
17-) 3 Bia
Figueiredo (União Química Racing) - a 25s066 (punida)
18-) 26 Raphael
Abbate (Hot Car Competições) - a 5 voltas
NÃO COMPLETARAM
19-) 9 Guga
Lima (TMG Racing) - a 8 voltas
20-) 8 Rafael
Suzuki (Vogel Motorsport) - a 9 voltas
21-) 28 Galid
Osman (Ipiranga-RCM) - a 10 voltas
22-) 63 Nestor
Girolami (Eisenbahn Racing Team) - a 12 voltas
23-) 56 Danilo
Dirani (RZ Motorsport) - a 14 voltas
24-) 110 Felipe
Lapenna (Hot Car Competições) - a 14 voltas
25-) 74 Popó
Bueno (Cavaleiro Sports) - a 15 voltas
26-) 29 Daniel Serra (Red Bull Racing) - a 17 voltas
27-) 4 Julio
Campos (C2 Axalta Racing) - a 20 voltas
28-) 12 Lucas
Foresti (Full Time-ProGP) - a 21 voltas
29-) 83 Gabriel
Casagrande (C2 Axalta Racing) - a 20 voltas (excluído)
MELHOR VOLTA:
Max Wilson, 1min13s137 (150,3 km/h)
*Resultados
sujeitos a verificações técnicas e desportivas
CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO:
1-) Felipe
Fraga - 196 pontos
2-) Rubens
Barrichello - 157
3-) Valdeno
Brito - 148
4-) Marcos
Gomes - 137
5-) Diego Nunes
- 136
6-) Cacá Bueno
- 128
7-) Cacá Bueno
- 122
8-) Daniel
Serra - 118
9-) Allam
Khodair - 112
10-) Vitor Genz
- 110
11-) Ricardo
Mauricio - 110
12-) Átila
Abreu - 109
13-) Ricardo
Zonta - 98
14-) Sergio
Jimenez - 89
15-) Thiago
Camilo - 84
16-) Galid
Osman - 83
17-) Julio
Campos - 72
18-) Gabriel
Casagrande - 61
19-) Rafale
Suzuki - 51
20-) Denis
Navarro - 56
21-) Felipe
Guimarães - 51
22-) Raphael
Abbate - 50
23-) Guga Lima
- 49
24-) Popó Bueno
- 46
25-) Bia
Figueiredo - 41
26-) Nestor Girolami
- 40
27-) Felipe
Lapenna - 39
28-) Lucas
Foresti - 34
29-) Danilo
Dirani - 24
30-) Luciano
Burti - 11
31-) Fabio
Carbone - 8
32-) Tuka Rocha
- 2
33-) Alceu
Feldmann - 0
34-) Thiago
Marques - 0
35-) Beto
Cavaleiro - 0
36-) Cezar
Ramos – 0
Fonte: VICAR PROMOÇÕES DESPORTIVAS
Fotos: Fernanda Freixosa / Duda Bairros / Fábio Davini /