Consumo de combustível das unidades TDI reduzido em 20%;
transferência direta de tecnologia entre o esporte a motor e a indústria
Falta exatamente uma semana para a 90ª edição
das 24 Horas de Le Mans, a corrida que é um dos maiores espetáculos do esporte
no planeta. Para a Audi, será a 15ª participação e a busca pela 12ª vitória, em
uma história marcada pelo desenvolvimento de vários componentes na pista e que,
no final, deram significante contribuição para a indústria automobilística. São
15 anos de desenvolvimento maciço na área de motores, em que os engenheiros têm
trabalhado incansavelmente para compensar as restrições impostas pelo
regulamento ao logo das últimas disputas.
A história
dos motores Audi nas 24 Horas de Le Mans pode ser dividida em duas fases: até
2005, a gasolina era o combustível dos propulsores da marca na categoria LMP; e
de 2006 em diante as unidades têm sido movidas a diesel. Para a fabricante,
isso possibilitou diversas inovações, segundo o chefe de desenvolvimento de
motores da Audi Sport, Ulrich Baretzky.
O projeto Le
Mans da Audi começou com um motor a gasolina de 3,6 litros de capacidade que
entregava 544 hp de potência, e no ano seguinte já eram 610 hp. O grande salto
conquistado em 2001 foi a tecnologia TFSI, de injeção direta de gasolina sendo
usada pela primeira vez. Isto possibilitou significante redução do consumo de combustível,
enquanto a dirigibilidade e resposta do motor melhoraram substancialmente. Nos
pit stops (no regulamento de Le Mans e do Campeonato Mundial de Endurance, os
trabalhos das paradas de box têm de ser feitas com o carro desligado) o tempo
gasto para dar a partida no carro foi encurtado para 1,3 segundo por causa da
injeção direta de combustível, que era queimado de forma mais direta. A equipe
Audi transferiu a tecnologia que foi testada nas corridas de longa duração para
os carros de produção, quando os primeiros modelos com motores FSI e TFSI foram
lançados e proporcionavam uma economia de combustível de até 15%.
Apenas cinco
anos depois, a Audi comemorou mais uma conquista inédita com o motor TDI em Le
Mans. Depois que a Audi inventou esta tecnologia, ela conquistou a primeira
vitória de um carro da categoria LMP movido a diesel na história das 24 Horas
de Le Mans. A unidade, de 5,5 litros de capacidade disposta em uma bancada com
12 cilindros em V, equipou os Audi R10 TDI que desenvolviam mais de 650 hp de
potência. Particularmente impressionante era o seu torque, acima dos 1.100 Nm.
Este foi o primeiro motor a diesel da Audi feito com bloco de alumínio.
O
desenvolvimento dos motores a diesel na Audi foi extremamente beneficiado pelo
comprometimento da marca com as 24 Horas de Le Mans. O sistema de injeção de
duas bombas de alta pressão e injetores foi refinado pela fabricante para obter
a máxima performance especifica e melhor eficiência nas corridas. As pressões
da injeção do sistema hidráulico no cilindro continuam aumentando até hoje.
Desta maneira, combustão e potência puderam ser otimizados, o que foi de grande
benefício para o desenvolvimento de produção. Hoje, os motores de corrida
alcançam 2.800 bar de pressão; os carros de rua da Audi, 2.000 bar.
A turbina de
geometria variável (Variable Turbine Geometry - VTG), que há bastante tempo é
usada em volume de produção, foi introduzida nas corridas pela Audi no motor
V10 TDI em 2009, depois de vários anos de desenvolvimento. O maior desafio eram
as altas temperaturas - acima de 1.000 graus. A tecnologia VTG claramente
melhorou o comportamento do motor e suas respostas à aceleração. Em 2010 com o
R15 TDI a Audi não só comemorou a vitória em Le Mans, mas também completou 397
voltas e 5.410 quilômetros nas 24 horas de prova, quebrando o recorde absoluto
de distância percorrida que persistia havia 39 anos.
A mudança
mais incisiva, bem como o maior sucesso técnico dos engenheiros da Audi
Motorsport, foi conquistado com a mudança do regulamento para 2011. Para
motores a diesel, a regra forçou os engenheiros a reduzir a capacidade dos
propulsores, permitindo valores entre 1,8 e 3,7 litros. A Audi desenvolveu um
motor V6 TDI cheio de inovações. A lateral do escapamento fica localizada
dentro da bancada em V, com abertura de 120 graus, o que foi apelidado pelos
engenheiros de hot side inside (interior quente). Uma turbina de fluxo duplo é
alimentada pelos gases provenientes da bancada e o compressor também tem o
design de fluxo duplo.
Os
engenheiros responderam a mais limitações para continuar com o progresso. Por
exemplo, o diâmetro do restritor de ar do motor a diesel desde 2006 foi
reduzido em 34%. A pressão do turbo caiu 4,7% e a capacidade cúbica quase 33%.
Isso fez a potência cair de 650 para 490 hp hoje - 24% no total. Considerando
isto, os aumentos obtidos com relação a resultados específicos são
particularmente notáveis. Por exemplo, a potência do motor por litro de
capacidade subiu de 118 hp em 2006 para 146 hp em 2011 - um ganho de
aproximadamente 24%. A potência da área do pistão, que é a medida para a
potência despejada por cada cilindro individualmente, cresceu de 54 hp para
incríveis 90 hp no mesmo período - 65% de aumento. Ainda mais impressionante é
o desenvolvimento e a redução do consumo de combustível. Em sua história de 13
participações em Le Mans, a Audi diminuiu o consumo por volta em mais de 20%, enquanto
a potência por litro de capacidade aumentou consideravelmente.
Inova Comunicação - Rafael Durante (Mtb 48.044)
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