Os modelos BMW Z4 sofreram com as
mudanças no Balance of Performance no endurance, mas mesmo assim o time
brasileiro foi o melhor representante da marca na corrida de três horas na
pista italiana. O trio Bueno/Jimenez/Fraga ficou em 18o no geral e Brito/Abreu/Sperafico
completou em 32o
Não foram os
resultados esperados, mas o BMW Team Brasil sai da pista de Monza, na Itália,
com bastante aprendizado após sua estreia no Blancpain Endurance Series, neste
domingo (dia 12), na disputa da 1a etapa de 2015, com 3 horas de duração. Cacá
Bueno, Sérgio Jimenez e Felipe Fraga, a bordo do BMW Z4 #0, ficaram em 18o no
geral e 12o na categoria Pro Cup, após largarem em 36o no geral. Valdeno Brito,
Átila Abreu e Ricardo Sperafico, no BMW Z4 #77, terminaram em 32o no geral e
18o na Pro Cup (o trio largou em 44o).
As duplas
foram as melhores BMWs na disputa, mas ficaram atrás dos rivais, em virtude do
Balance of Performance para o endurance, que modificou o restritor do BMW Z4.
Sem a potência adequada, os carros perdiam muita velocidade de reta e não
conseguiam acompanhar os modelos das outras marcas, o que ficou agravado pelas
características da pista de Monza, que conta com quatro longas retas.
A vitória
ficou com o trio Andrew Palmer, Fabio Babini, Jeroen Mul, da equipe GRT Grasser
Racing Team, que pilotam uma Lamborghini Huracan. Cinquenta e nove carros
disputaram a prova.
Apesar das
dificuldades, os pilotos brasileiros destacaram o aprendizado nas provas de
longa duração. O time já compete há três anos no Sprint Series, que tem provas
mais curtas e, inclusive, venceu a etapa da semana passada na França. A meta
agora é trabalhar para conseguir também bons resultados no endurance ao longo
do ano.
O paulista
Jimenez foi o responsável pela largada do BMW Z4 #0. "A corrida foi ok. Recuperamos várias posições. Largamos em 36o,
chegamos em 18o no geral, mas a gente ‘tomava’ muito de reta. Chegamos a tomar
14 km de reta do carro mais rápido. Então, fica impossível competir de igual
pra igual. Mesmo assim, quando o pneu ia se desgastando, estávamos rápidos. Os
nossos pits, mais uma vez, tiveram um excelente trabalho dos mecânicos. Agora,
vamos torcer para que mexam um pouco no Balance of Performance, pra gente ser
mais competitivo aqui no endurance, onde tem todas as marcas", declarou
o piloto.
Na sequência,
Cacá Bueno assumiu o cockpit. O piloto também considerou a estreia positiva. "Foi uma experiência boa. Conseguimos
evoluir durante a corrida. Não é uma pista fácil. É uma pista complicada pra
gente. Conseguimos fugir dos acidentes, terminar a corrida, que era um dos
objetivos. Lógico que a gente esperava mais, quem sabe terminar entre os dez
primeiros. As outras pistas são melhores pra gente e precisamos melhorar alguns
outros aspectos, porque é bem diferente de uma corrida rápida",
ressaltou o pentacampeão da Stock Car.
Depois de
Cacá, o jovem Felipe Fraga entrou no carro e foi o responsável pela parte final
da corrida no carro #0. "É uma
pista que não favorece a BMW, mas todos fizeram um bom trabalho. Acho que a
equipe está de parabéns, porque conseguimos recuperar muitas posições na
corrida. Fomos evoluindo a cada treino e isso é positivo. Agora vamos para as
próximas etapas, em algumas pistas onde a BMW vai bem. Podemos nos recuperar
desta corrida em que não fizemos nenhum ponto", acredita o piloto de
Palmas, no Tocantins.
No BMW Z4
#77, Átila Abreu iniciou a corrida e, logo sofreu um toque, que causou a quebra
do assoalho do carro e prejudicou o trio. Mesmo assim, todos também avaliaram a
experiência como positiva.
"A expectativa para este circuito
não era das melhores. Entre todos os carros, nossos carros eram o último e
penúltimo em velocidade de reta e aqui só tem reta. São quatro retas longas,
com mais de um quilômetro, e parecia que estávamos com o freio de mão puxado,
perto dos outros carros. Não é culpa da equipe, é uma questão da equalização
dos carros. Nas próximas corridas, em circuitos com mais curvas e retas mais
curtas, a nossa expectativa é brigar pelas primeiras posições", destacou Valdeno Brito, que também
explicou o problema no assolhado do carro. "Logo
no início da corrida, houve uma batida com outro carro, que acabou soltando o
assoalho. Ele foi soltando e foi ficando ‘inguiável’ de tanto que saía de
frente. Com isso, a gente virava um segundo e meio mais lento por volta e só
nos restou levar o carro até o final da corrida", contou o paraibano.
Para o
paranaense Sperafico, valeu ter terminado a prova e agora é trabalhar para as
próximas. "Foi nossa corrida de
estreia no endurance, então era uma novidade pra toda a equipe, uma corrida de
paciência. Infelizmente, os nossos carros não tinham uma condição favorável
nesta pista. O que fizemos foi tentar fazer o pit stop certo e ficar na pista.
O nosso carro teve um problema logo depois da largada, com o assoalho que
começou a se soltar, o que nos prejudicou muito ao longo da corrida. Nós
praticamente perdemos todo o assoalho da frente, então o carro ficou muito
lento, mas conseguimos terminar e entender um pouco como funciona o endurance.
Acredito que daqui pra frente as pistas serão mais favoráveis e vamos tentar
desenvolver e melhorar mais o carro. O final foi positivo pelo fato dos dois
carros terem terminado, apesar de ter ficado abaixo da nossa expectativa, mas
brasileiro não desiste nunca, então, vamos pra próxima", disse.
Abreu também
frisou o aprendizado como ponto mais importante. "Foi uma experiência legal, interessante, apesar do resultado
não ter sido o que a gente esperava. Mas a equipe trabalhou bem, tivemos alguns
problemas durante a prova, principalmente a perda de performance com o problema
no assoalho, mas eu consegui largar bem, ganhei mais de dez posições na
largada. O carro se comportou bem, aprendemos bastante sobre a durabilidade do
carro para as próximas provas de três, seis horas e até 24 horas, entre outras
coisas. O aprendizado que tiramos para as próximas pistas, que nos favorecem
mais, vai nos dar uma vantagem pra poder brigar por resultados melhores",
completou.
Além dos seis
pilotos brasileiros do BMW Team Brasil, a etapa também teve mais um piloto do
país. Bruno Senna correu na equipe Von Ryan Racing, com uma McLaren 650 S GT3,
ao lado dos pilotos Adrian Quaife Hobbs e Álvaro Parente, e ficou em 26o no
geral.
O BMW Team
Brasil volta a correr em Brands Hatch (Ing), no dia 10 de maio, pelo Sprint
Series. No endurance, a próxima etapa será no dia 24 de maio, em Silverstone,
também na Inglaterra.
Os melhores na etapa de Monza:
1 PRO Andrew
Palmer, Fabio Babini, Jeroen Mul (GRT Grasser Racing Team Lamborghini Huracan)
93 voltas
2 PAM Rinat
Salikhov, Norbert Siedler (Rinaldi Racing Ferrari 458 Italia) a 37s007
3 PRO Jean-Karl Vernay, Robin Frijns, Laurens Vanthoor
(Belgian Audi Club Team WRT Audi R8 LMS Ultra) a 51s795
4 PAM Duncan Cameron, Matt Griffin (AF Corse Ferrari
458 Italia) a 1min00s638
5 PRO Guy Smith, Andy Meyrick, Steven Kane (M-Sport
Bentley Bentley Continental GT3) a 1min07s119
6 PRO Frank Stippler, Stephane Ortelli, Nico Müller
(Belgian Audi Club Team WRT Audi R8 LMS) a 1 volta
7 PAM Michael
Broniszewski, Michael Lyons, Alessandro Bonacini (Kessel Racing Ferrari 458
Italia) a 1 volta
8 PRO
Katsumasa Chiyo, Wolfgang Reip, Alex Buncombe (Nissan GT Academy Team RJN
Nissan GT-R Nismo GT3) a 1 volta
9 PRO Edward
Sandström, Edouardo Mortara, Gregory Guilvert (Sainteloc Racing Audi R8 LMS
Ultra) a 1 volta
10 PAM
Piergiuseppe Perazzini, Marco Cioci, Vincente Potolicchio (AF Corse Ferrari 458
Italia) a 1 volta
...
18 PRO Cacá
Bueno, Sérgio Jimenez, Felipe Fraga (BMW Sports Trophy Team Brasil BMW Z4) a 1
volta
...
32 PRO
Ricardo Sperafico, Átila Abreu, Valdeno Brito Filho (BMW Sports Trophy Team
Brasil BMW Z4) a 2 voltas
FGCom
Fernanda Gonçalves / Beatriz de Paula
Fotos: Tony Hermann / Luca Bassani
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